Os versos “A cidade não para, a cidade só cresce/ O de cima sobe e o debaixo desce” eternizados por Chico Science & Nação Zumbi, representam bem a sociedade em que vivemos, onde somente nos últimos anos a diferença entre ricos e pobres vem diminuindo.
Mesmo assim, a falta de perspectiva de uma vida digna de muitos cidadãos acaba gerando sérios problemas de segurança pública. Para combater estes e diversos outros problemas de segurança, diversas tecnologias têm sido desenvolvidas e empregadas, principalmente em grandes metrópoles do Brasil e do Mundo.
Com isso, muitas tecnologias surgiram para evitar incidentes relacionados a segurança. Confira alguns.
Enxergar através das paredes
Enxergar do outro lado da parede já não é mais um privilégio somente do Super Homem desde que a empresa francesa Cambridge Consultants desenvolveu o equipamento Prism 200. Ele é um radar que utiliza emissões de raio-x para monitorar eventos ocorrendo do outro lado da parede, algo ideal para casos negociação da polícia com sequestradores.
Seu funcionamento se dá através de um radar, encostado na parede (seja ela de madeira, tijolos ou concreto), que consegue identificar a posição de pessoas, animais e móveis com alcance de até 20 metros. Assim seria possível planejar o melhor local para a invasão, tendo certeza do posicionamento das vítimas e também de objetos que podem ajudar ou atrapalhar a ação da polícia.
Observador de tiros
Infelizmente em grandes cidades tem se tornado cada vez mais troca de tiros entre policiais e bandidos. A sociedade toda acaba se tornando refém de sua própria ineficiência na hora de atuar na direção de corrigir os problemas sociais e votar em governantes comprometidos com este tema, e nessa guerra não tão silenciosa, muitos inocentes perdem a vida.
Esta chegando ao Brasil um sistema desenvolvido nos Estados Unidos e que promete reduzir em até 40% a taxa de homicídios e em mais de 70% a troca de tiros em áreas públicas, possibilitando assim revisão e reordenação das políticas públicas para a área de segurança.
Este é o Sistema de Detecção de Disparos de Armas de Fogo (SDD) que através de um sistema acústico com sensores de áudio camuflados instalados em diversas regiões de áreas urbanas, captará as ondas e identificará de onde tiros são disparados. O sistema é inteligente e possui mecanismos de assinaturas acústicas para distinguir disparos de armas de fogo de outros barulhos “semelhantes”, como fogos de artifício.
O sistema é simples: em caso de disparo dentro do perímetro coberto pelo captador de áudio, o barulho do tiro é captado e então é a central telefônica da polícia ou de qualquer outro órgão de segurança pré-programado é acionada.
A utilidade deste equipamento está justamente no fato de permitir uma ação rápida da polícia, pois o local do disparo é conhecido no momento em que ele acontece. Deste modo encurta-se o caminho entre a central de polícia e o local de onde partiu o projétil, pois um simples contato com uma viatura próxima pode surpreender e evitar uma série de contratempos.
Choques contra bandidos
Uma arma “não-letal” para combater bandidos em fuga, cujo conteúdo do projétil é gás nitrogênio comprimido. Essa é a Taser, equipamento desenvolvido pela Taser International e que deve chegar ao Brasil em breve. Ela é chamada de uma arma “não-letal”, mesmo sob afirmações da Anistia Internacional de que desde 2001 já morreram 330 pessoas morreram pelos efeitos desta arma.
De qualquer modo, a Taser age da seguinte forma: quando seu gatilho é pressionado ela dispara um cartucho que ao se colidir com outra superfície (no caso o corpo de alguém) libera o gás nitrogênio, que se expande e gera pressão, permitindo que eletrodos sejam lançados através de fios condutores ligados à arma.
Por estes fios uma descarga elétrica de 50.000 volts, durante 5 segundos, são transmitidos para o atingido, afetando seu sistema nervoso central e deixando-o completamente paralisado por alguns instantes. Em cada disparo, após este período, caso o atirador continue com o gatilho pressionado os impulsos duram 1,5 segundo.
A arma é alimentada por 8 pilhas AA de 1,2 volts e é por meio destas pilhas e também de condensadores e transformadores presentes na pistola que ela gera os 50.000 volts de cada disparo. Além disso, as pilhas servem também para fazer funcionar a memória interna das pistolas que, segundo a fabricante Taser International, armazenam data e hora dos últimos 585 disparos.
Além disso, outro controle de disparos são confetes (semelhantes aos confetes de carnaval) liberados pelo cartucho no momento em que ele colide com algo. Como as munições são numeradas, cada uma delas possui seu próprio “número de identidade” impresso também nos confetes. Desta maneira, bastaria um deles recolhidos em torno de onde houve o disparo para comprovar qual autoridade foi o seu autor.
Sorria, o Grande Irmão zela por ti dentro do ônibus
A insegurança existente nas ruas acaba fazendo com as pessoas aceitem pacificamente a troca de sua privacidade por uma suposta segurança oferecida por câmeras de vídeos em locais públicos. Se você já estava acostumado a encontrar aparelhos filmando a todos em praças e esquinas mais movimentadas de grandes cidades, saiba que os ônibus públicos estão trilhando o mesmo caminho.
Em cidades como Curitiba (PR), Campina Grande (PB) e Rio de Janeiro (RJ) já é possível encontrar ônibus de grande circulação equipados com câmeras de segurança. No caso curitibano, a imagem é transmitida diretamente para dentro do próprio ônibus com o intuito de coibir a ação de bandidos em momentos de lotação.
Estações de metrô, terminais e pontos de ônibus de várias cidades já contam com equipamentos semelhantes e devem, até certo ponto, inibir pequenos assaltos nestes locais. Se isso acontece já é um grande ganho para a população. Quem sabe ainda estejamos um pouco longe do futuro preconizado pelo escritor britânico George Orwell em 1984, onde as teletelas (televisões gigantes presentes em todas as casas, que não tinham como ser desligadas) filmavam os cidadãos em tempo integral, mas cada vez mais equipamentos assim fazem parte de nossa rotina.
Fonte: Tecmundo